“O vento sopra onde
quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é
todo o que é nascido do Espírito” João 3:8
Estas palavras de
Jesus Cristo para Nicodemos trazem algumas verdades que precisam ser
compreendidas para que assim como este fariseu, consigamos ter a
oportunidade de viver intensamente, livres para causar as
transformações provenientes de sermos naturalmente pessoas que deixam marcas
assim como o vento deixa onde passa.
A primeira
consideração é sobre a pessoa de Nicodemos. Ele era um dos fariseus
mais importantes na época de Jesus e que por algum motivo estava em crise,
pois cria que Cristo vinha de Deus conforme suas próprias palavras, mas que
alguma coisa o impedia de ver claramente o que estava acontecendo e assim não
conseguia se lançar plenamente no Reino de Deus, um Reino tão esperado
pelos judeus.
Outra consideração
importante é que Jesus ao falar do vento estava completando a ideia da
necessidade dele nascer de novo, primeiro da água (nascimento natural),
agora do Espírito (nascimento que provém da fé). E da forma que Jesus constrói
o argumento, o exemplo do vento tem haver com as atitudes daquele que era
nascido de novo, um novo homem precisava viver e deixar para trás tudo o
que o prendia, o deixava morto, precisava nascer novamente de
acordo com a fé que liberta de todo o tipo de prisão, da cegueira
causada pela religiosidade, do medo do novo que já estava diante
dele e era vindo da parte de Deus, dos preconceitos, do egoísmo e etc.
Quero pensar um pouco
no pressuposto que Jesus evidencia neste diálogo, além, é claro, de todo o
entendimento que esta conversa mostra sobre a necessidade da fé em Cristo para
a vida eterna. É o que ele declara: “E assim é todo aquele que é nascido do
Espírito” – É como o vento. Cristo passou a mostrar como é um homem que
nasceu de novo, com a mesma essência do Espírito de Vida, com a essência do
Criador.
O primeiro detalhe é
que o vento é livre, não se pode prender o vento, ninguém
consegue, nem a mais rígida estrutura. Também não se pode dar forma
para ele e assim, ele sopra, ele age onde quer e precisa soprar. Ele
sabe a hora de agir, o que tem que fazer, sabe quando é o outono
(como é registrado na música “O Vento” de Gladir Cabral) e que precisa
soprar mais forte para que caiam as folhas, para novos recomeços, e
sabe como agir em cada estação.
O vento também não faz
acepção dos lugares para onde ir, ele sopra nos lugares “nobres” das
cidades como também nas favelas, nas mansões e nos barracos, sopra
para presidentes e para catadores de lixo. Ele faz voar pipas e aviões,
leva os barcos a vela aos seus destinos, traz os pedidos de socorro, sobe as
montanhas, desce as ruas e move as ondas do mar. Enfim, essas e muitas outras
funções importantes.
Creio que Nicodemos
depois desta conversa, ficou pensando em sua vida, e como ele precisava
dar um rumo diferente para tudo o que cria até então, precisava deixar
para trás os conceitos errados provenientes do farisaísmo, e ter novas
posturas e aceitar um novo tempo, as coisas novas de Deus para a
humanidade, e assim, ser livre para viver o que Cristo estava propondo para
ele se tornar útil e marcar aquela geração em que vivia.
Assim como Nicodemos, todos
nós precisamos passar por esse novo nascimento e como o vento que muda
de direção e força o tempo todo, e não sabemos de onde vem e nem pra onde
vai, precisamos estar atentos à direção que Deus dá as coisas todos os dias,
e crer nesta direção para vivermos livres de tudo o que nos prende e assim,
sermos úteis aos homens e marcarmos as vidas de todos, independentemente do
tipo de lugares e de pessoas, agindo conforme a necessidade, no tempo certo.
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