Ao tratar este tema, o Apóstolo Paulo escreveu aos cristãos da cidade
de Corinto em sua Carta conhecida como “I - Corintios” resumindo o conceito de
liberdade nestes termos: “todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas me convém”(I Co 10:23-33). É
interessante saber que Corinto era uma cidade onde tinha gente de todo os
lugares do mundo daquela época (I século) fazendo da Cidade um local de todo o
tipo de crenças fazendo com que o comum para eles era ter uma vida em
libertinagem, ou seja, usar da liberdade sem ter bom senso, ultrapassando todos
os limites possíveis por conta de se pensar em viver a seu bel prazer. E também
na cidade de Corinto tinha as pessoas podavam a liberdade dos outros por conta
de suas ideias pré-concebidas sobre o que era o certo e o errado, pelas rígidas
tradições religiosas, destacando-se nisso o judaísmo, e ainda como resultado
das inúmeras escolas filosóficas existentes, as pessoas se tornavam defensoras
de seus pressupostos como as que detinham a verdade não dando espaço para que
as outras pessoas escolhessem livremente o que fazer.
O pressuposto apresentado pelo Apóstolo aponta para uma maturidade nos
relacionamentos que faria com que cada pessoa soubesse discernir o que é a liberdade
acompanhada da responsabilidade de viver bem na sociedade em qualquer situação
sem ultrapassar os limites, sem aprisionar ninguém e nem cristalizar o que é certo
ou o que é errado. Isto é difícil de ser concebido em uma sociedade que é
demasiadamente religiosa, onde tudo tem uma forma, um padrão rígido de “podes e
não podes”.
Uma criança precisa passar pela fase de saber o que pode ser feito e o
que não pode, mas quando ela cresce, tem a consciência do que é a melhor escolha
e o que convém ser feito. Da mesma forma, uma sociedade que se diz cristã,
precisa crescer para atingir essa maturidade e assim cada indivíduo vivenciar a
liberdade proposta pelo Evangelho de Cristo. Uma liberdade com
responsabilidade, uma liberdade que respeita o próximo e que o próximo respeita
a liberdade do outro.
O resultado desta genuína liberdade irá gerar justiça, pois se cada pessoa tiver
a consciência do que é justo e bom para ela mesma, não deixando de lado o bom
senso e a verdade, e ao mesmo tempo ser consciente do seu papel na sociedade
respeitará o espaço dos outros e assim diminuirá a criminalidade, a corrupção,
a injustiça social, a violência, a ocultação da verdade, etc.
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